Objeto será utilizado para avaliar a acústica dos locais trabalhados pelos alunos de Engenharia Civil

17 de fevereiro de 2023

Ana Laura

Uma parceria entre Celeiro de Inovação do Cilla Tech Park e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná possibilitou a impressão de uma cabeça 3D que será utilizada em pesquisas e análises de medição acústica. 

A cabeça artificial para medições de respostas ao impulso binaural, termo que significa possuir ou ser relacionado às duas orelhas, foi desenvolvida por pesquisadores da Trinity College da Irlanda em 2021. Para ter um modelo adaptado, inovador e com baixo custo, o professor Doutor da UTFPR, Rodrigo Scoczynski Ribeiro e o aluno de iniciação científica do último ano de Engenharia Civil da UTFPR, Eliabe Bento de Almeida, recorreram ao parque tecnológico que pode auxiliá-los por meio do Maker do Celeiro de Inovação do CTP, Jhonnathan Ferreira.

A cabeça 3D foi feita com dois materiais e simula uma cabeça humana, conta com dois microfones em cada orelha que captam os sons dos espaços. Para ser produzida em tamanho real, foi utilizada a impressora com maior área de impressão, a Cloner 3D, que pertence ao Núcleo Regional de Educação de Guarapuava, que em parceria com o Celeiro dispõe da impressora para formação de estudantes e professores estaduais, para fomentar a cultura de inovação. As orelhas, feitas em filamento flexível para que possam ser colocados protetores auriculares, fones, entre outros objetos para simulações, foram impressas na impressora Ender do CTP.

Jhonnathan e Eliabe trabalharam juntos para produzir a cabeça 3D conforme as necessidades da pesquisa. ” O Eliabe já trouxe a cabeça pré modelada, já era um SDL (Simple DirectMedia Layer, biblioteca multimídia livre e de código aberto) baixado, eles já tinham colocados os pinos do tamanho certo do microfone, só que eles não sabiam como fazer a modelagem para colocar esse microfone dentro da cabeça e fazer essa adaptação, tendo essas informações eu fiz o modelo com essas peças que ele trouxe já na medida e a partir deles eu criei um modelo para ser impresso na Cloner”, explicou Jhonnathan.

O objetivo da cabeça 3D é colocá-la para analisar o som dos ambientes. Nos testes ela será disposta em diferentes espaços com um emissor de ruído. Ao mudar a cabeça de lugar, será possível compreender como o som se propaga naquele espaço e entender se os alunos que sentam no fundo, por exemplo, conseguem entender o som da mesma forma de quem senta próximo ao professor. “Os microfones vão receber a parte sonora dentro da cabeça, para simular o mais próximo possível um ser humano. A cabeça será utilizada para testes binaurais, onde a cabeça recebe os sinais pelas duas orelhas e o som vai para o computador onde é possível analisar as frequências sonoras e as ondas acústicas que acontecem no ambiente”, afirma o acadêmico Eliabe.

Essas análises são importantes, segundo Eliabe, pois cada ambiente, dependendo de como é disposto e dos materiais que contêm dentro, podem alterar a frequência sonora, fazendo com que as pessoas compreendam ou não o que está sendo emitido. Em caso de crianças que estão aprendendo a escrever, escutar o som errado pode atrapalhar no processo de aprendizagem.

A cabeça não será utilizada apenas para analisar salas de aula. Segundo o Professor Doutor Rodrigo, qualquer lugar onde o som precise ser compreendido como teatros, cinemas, hospitais, entre outros espaços, poderá ser analisado. Também é possível realizar testes de inteligibilidade de fala e pesquisas relacionadas à área da fonoaudiologia. Outra possibilidade é usar os dados captados pela cabeça 3D para analisar, por exemplo, como uma música soaria dentro de um teatro. “A resposta ao impulso binaural permite que sejam criados áudios artificiais por meio de processamento de sinais digitais e ao escutar estes áudios em um fone de ouvido, por exemplo, a ideia é que você tenha uma sensação de como estivesse em um ambiente no qual houve a gravação com a cabeça artificial. Imagine você poder escutar uma música reproduzida no teatro municipal de Guarapuava sem precisar estar no teatro?”, instiga Rodrigo.

O projeto já está sendo colocado para testes e receberá mais uma peça em 3D, produzida pelo maker do Celeiro de Inovação, para fazer o ângulo de cinco em cinco graus da cabeça, aprimorando sua utilização.

Projetos e parcerias como essas, fortalecem o propósito do Celeiro de Inovação do Cilla Tech Park, que é ampliar a visão que a comunidade tem em relação ao uso e aplicabilidade das impressoras 3D, o olhar pedagógico, científico e empreendedor que elas possibilitam. Precisamos fomentar as inúmeras possibilidades do uso da modelagem e impressão 3D, para que cada vez mais pessoas saibam utilizar essa tecnologia que oportuniza soluções inovadoras e uma economia criativa, possibilitando à sociedade melhores futuros.

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