O Dia Mundial do Rim, comemorado na segunda quinta-feira do mês de março, é uma iniciativa da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e da Federação Internacional de Fundações Renais – World Kidney Alliance (IFKF-WKA). A data, que caiu dia 9 este ano, busca trazer uma conscientização sobre a importância dos rins para a saúde como um todo e para reduzir a frequência e o impacto das doenças renais. 

O tema da campanha de 2023 é: Preparar-se para o inesperado, apoiando os vulneráveis, que dá enfoque para a necessidade de ter uma estrutura forte que consiga atender esses pacientes normalmente em caso de situações como a Covid 19, que prejudicaram o atendimento e o diagnóstico de pessoas com problemas renais.

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de dez milhões de brasileiros convivem com doenças relacionadas aos rins.  A alta incidência de hipertensão arterial e diabetes na população corroboram com o grande número de casos, pois são os rins que são responsáveis pelo controle da pressão arterial e essas doenças sobrecarregam os órgãos. 

A nefrologista especializada em diagnóstico e tratamento de doenças renais, hipertensão e cálculos renais, Dra. Anna Malkina (2021) define a doença renal crônica como “uma diminuição lenta e progressiva (durante meses ou anos) da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue. As causas principais são diabetes e pressão arterial alta”. Em grande parte dos casos, a doença crônica renal é silenciosa e dá sinais quando já está num estágio mais agravado. 

Pressão alta e sintomas como desmaios, anemia, exame alterado de concentração de creatinina, que aumenta quando os rins perdem a capacidade de filtrar o sangue, foram o que levaram Heverson Pereira a buscar atendimento e receber o diagnóstico da doença crônica renal. “Isso é resultado do que? Trabalho excessivo, má alimentação e má qualidade do sono, tudo isso junto transformaram meu corpo em uma bomba que a qualquer hora iria explodir”, afirmou.

Heverson, mais conhecido como Japa da Fuel pelos membros do ecossistema de inovação de Guarapuava, tinha menos de 30 anos de idade quando descobriu que precisaria fazer hemodiálise pois seus rins já não estavam funcionando normalmente. “minha creatinina subiu para 19 (homens devem estar entre 0,7 e 1,3mg/dl) e meu médico disse que eu precisava fazer urgentemente a hemodiálise se não eu iria morrer”, explicou.

A hemodiálise é um tratamento que filtra as toxinas no sangue, a partir de uma máquina, como se fosse um rim artificial e segundo o censo de 2021, quase 150 mil pessoas fazem hemodiálise no Brasil. “A primeira sessão da hemodiálise é a pior coisa que já passei na vida”, salientou.

Depois de seis meses de hemodiálise, ele conseguiu um doador compatível, sua irmã.

Doar é um ato de vida e, no caso dos rins, é possível receber a doação de um indivíduo vivo e ambos viverem bem. “A minha irmã que me doou, hoje ela está 100%, ela trabalha, tem uma vida totalmente tranquila e saudável”, conta.

Depois de todo esse processo, anos depois, apesar de precisar tomar alguns cuidados e tomar imunossupressores para o corpo não rejeitar ao longo do tempo o órgão, Heverson tem uma boa qualidade de vida.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, os rins são os órgãos mais transplantados. Foram 4.831 procedimentos em 2021 e 5.368 em 2020.

Para Heverson é importante compartilhar sua experiência para que as pessoas se atentem aos  hábitos, à saúde e previnam a doença. “Muitas pessoas agora estão com sede e não estão querendo tomar água, a água é um dos fatores mais importantes, só que ela sozinha não faz tudo, toda a alimentação regrada é importante, exercícios físicos e além disso, manter uma rotina de exames, para que você consiga identificar se você está tendo algum problema”, indica.

Heverson inspira por ter se conectado com o mundo do empreendedorismo exatamente nesse momento delicado. Na necessidade, por ser afastado, Heverson inovou e empreendeu. Atualmente ele atua no Nevalley, núcleo das startups da região, está conectado ao Cilla Tech Park com sua empresa Fuel Agência Web e tem uma startups voltada à saúde, a ExNew-Exames Inteligentes, busca atendimento na área de saúde de forma mais ágil e totalmente online. 

A ideia da ExNew surgiu em uma conversa com seu médico sobre a demora para que o paciente receba o resultado do exame e possa consultar para receber o encaminhamento do que fazer. O sistema fará a análise dos exames e enviará um alerta para o paciente se algo estiver alterado, informando a gravidade e dando a possibilidade de encaminhar o exame para o médico imediatamente.  “Essa é a ideia: salvar a maior quantidade de vidas possíveis através dessa tecnologia”, explica.

Heverson recomenda que todos façam os exames regularmente e busquem mudar seus hábitos. “Nossa saúde nao pode esperar, se tiver algum sintoma não deixe pra depois”, encerra.

O Cilla Tech Park traz essa conscientização para que possamos ter uma sociedade saudável e que juntos proporcionemos melhores futuros

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